FERNANDO DE LACERDA
No passado dia 26 de Março de 2011, a Associação Espírita de Santarém marcou presença activa no seminário Fernando de Lacerda, O Homem e o médium, organizado pela União Espírita da Região de Lisboa. O tema apresentado pelo nosso centro foi Fernando de Lacerda, o filantropo.
Neste post, pretendemos chamar a atenção dos nossos leitores para a importância de conhecerem um pouco mais deste nobre espírito.
Nascido em Loures a 6 de Agosto de 1865, Fernando Augusto de Lacerda e Mello, cedo revelou grande qualidades intelectuais e morais colocando o seu saber ao serviço dos outros. Dedicou-se aos aflitos e analfabetos, ensinando-os a ler e a escrever, não deixando de se preocupar com as questões comunitárias. Republicano convicto fundou a Associação dos Bombeiros Voluntários de Loures, sendo escolhido como primeiro-comandante (29 de Junho de 1887). Por esta época, Fernando é tomado de espanto ao passar a psicografar regularmente, ao início mensagens perturbadoras.
Em 1898, ingressou na polícia administrativa do Governo Civil onde, gradualmente, ascendeu até chegar ao cargo de sub-inspector, tendo sempre se destacado por sua probidade e competência. No ano seguinte (1899), herdou de um tio a Fábrica a Vapor de Baguettes e Galerias, em Lisboa, cuja gestão também assumiu.
A partir de 1906, o médium Lacerda, dá início a uma viragem no seu processo mediúnico, quando passa a receber mensagens do plano espiritual, assinadas por escritores renomeados, já desencarnados. São disso exemplo Camilo Castelo Branco e António José da Silva Pinto, Eça de Queiroz, Alexandre Herculano, Napoleão, Allan Kardec, entre outros.
Na febre da crise da revolução de 1910 e da perseguição à sua pessoa pelo advogado e jornalistaFernão Botto Machado, Lacerda viu-se forçado a abandonar o cargo de sub-inspector da polícia e a rumar ao Brasil. A recusa em naturalizar-se brasileiro, fez com que não pudesse ocupar o mesmo cargo na polícia brasileira. Fernando passou por grandes provações, minimizadas pelo seu amigo Dr. Fernando de Moura que lhe fez uma venda fictícia de dois sobrados na antiga praia do Flamengo, então inscritos em projecto de demolição pela municipalidade, passando o médium a viver das magras rendas dos seus apartamentos.
Em 1918, uma hérnia rebentou-lhe e a operação de urgência levou a que Fernando Lacerda não resistisse, desencarnando a 6 de Agosto, do corrente ano.
Para trás, uma obra de honestidade, abnegação, dedicação, de um alto vulto do espiritismo, que nos deixou como principal obra os 4 volumes do País da Luz, os quais recomendamos a leitura bem como o livro de Manuela Vasconcelos: Fernando de Lacerda: o médium português.